Ontem vi no telejornal da RTP1, uma reportagem sobre as industrias criativas e cidades criativas, mais especificamente sobre o Porto com grande potencial para ser uma cidade criativa, onde apareceu TOM FLEMING a falar. Veio, portanto, ao Porto para discutir sobre este assunto.
Se nós soubessemos que ele vinha cá, tinhamos lá ido!!!!!!
PENSO QUE PODEMOS RETIRAR DAQUI ALGUMAS CITAÇÕES OU IDEIAS PARA O NOSSO PROJECTO.
aqui está a reportagem tirada do site da RTP1:
Indústria criativas: Agentes culturais devem saber explicar projectos a investidores - ministro da Cultura
Porto, 23 Jul (Lusa) - O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, defendeu hoje, no Porto, que os agentes culturais devem empenhar-se em explicar claramente aos investidores a cadeia de valor das indústrias criativas.
"Os investidores são pessoas muito ágeis e práticas só investem naquilo que conhecem", afirmou o ministro, que falava no Auditório de Serralves, durante a cerimónia de apresentação das conclusões e propostas de acção do estudo sobre o "Desenvolvimento de um cluster de Indústrias Criativas na Região Norte".
O ministro frisou que "o sector financeiro investe naquilo que conhece e tem resultados e não está disposto a investir no que não conhece e não compreende".
O responsável sustentou ainda que "a tarefa dos agentes culturais passa por qualificar os investidores, fazendo-os compreender que o negócio é credível e pode ser rentável".
José António Pinto Ribeiro defendeu ainda que o discurso político deve ser recentrado cada vez mais em torno da cultura, à medida em que Portugal vai passando "da iliteracia ao saber", na sequência do investimento feito, ao longo das gerações, na capacitação formal e informal dos cidadãos.
O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Nunes Correia, que também esteve presente na cerimónia, considerou que o estudo "tem um valor estratégico imenso".
"A criação de um cluster de indústrias criativas é uma meta importante para conseguir a mudança de paradigma, garantindo novas condições de competitividade", afirmou.
Nunes Correia sublinhou que o actual quadro comunitário (QREN 2007/2013) valoriza o conhecimento, base fundamental das indústrias criativas, diferentemente dos anteriores quadros comunitários, que privilegiavam sobretudo o investimento em equipamentos numa perspectiva regional.
"Não basta promover a coesão territorial para que a dinâmica regional se desenvolva", afirmou.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Lage, anunciou que será aberto um concurso temático para apoiar as IC.
Lage adiantou que "há verbas nos programas temáticos" para apoiar este sector.
Para o responsável, os fundos estruturais constituem uma ajuda generosa e preciosa da União Europeia e "devem ser usados com critério, eficácia e com objectivos claros de fazer convergir Portugal com a média europeia".
Na sua opinião, com a divulgação deste estudo e do seu plano de acção, "hoje começou uma nova era para as indústrias culturais e criativas" da região, e a ideia de se criar uma Agência que se assuma como ponto de referência do sector "é atraente, sugestiva e será provavelmente adoptada".
Apesar de considerar que "a ideia da criação de agências banalizou-se muito", Carlos Lage entende que esta "se aplica bem" aos objectivos propostos, à semelhança do que acontece noutros países.
O estudo foi levado a cabo pela Fundação de Serralves, em parceria com a Casa da Música, a Junta Metropolitana do Porto e a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense.
Com este documento, a Fundação de Serralves pretende avaliar o impacto das indústrias criativas actividades, a sua evolução, o seu potencial e o papel que desempenham na sociedade, na cultura e na economia da Região Norte do país.
A CCDR-N participa na promoção, no desenvolvimento e financiamento da iniciativa, através do Programa ON - Operação Norte e no contexto das agendas prioritárias do pacto regional para a competitividade do Norte de Portugal.
Indústrias criativas: Porto tem tudo para ser internacionalmente competitivoPorto, 23 Jul (Lusa) - O especialista britânico Tom Fleming, responsável pelo estudo sobre o "Desenvolvimento de um cluster de Indústrias Criativas na Região Norte", defendeu hoje que o Porto tem enorme potencial, neste sector, a nível internacional.
"O Porto é uma marca com boa imagem externa, é uma cidade criativa de enorme potencial que dispõe dos recursos necessários para ser competitiva a nível nacional e internacional", afirmou o especialista durante a apresentação do estudo, realizada no Auditório de Serralves.
Para Tom Fleming, "o problema do Porto é que, tal como acontece com a região Norte, não está ainda a conseguir maximizar os seus recursos".
Apontou como exemplo as centenas de licenciados que as suas universidades produzem cada ano nas áreas criativas que não conseguem apoios para a criação de empresas e integrar-se na economia da cidade.
"Seria preciso apenas um pequeno apoio inicial do Estado para que isso possa acontecer", afirmou.
Apontou ainda um outro exemplo, ao considerar que "o Porto tem tudo o que é preciso para apresentar ao mundo uma forte oferta na área do turismo cultural, mas a verdade é que não há uma oferta forte e organizada nesta área, porque isso exige uma rede de trabalho envolvendo vários sectores, que não existe".
Essa rede permitiria também - disse - que o Porto e a região Norte se pudessem relacionar-se com outras regiões e cidades de sucesso.
Este especialista defendeu ainda que a criação de um cluster de Indústrias Criativas implica que a o Porto e a região apresentem uma oferta de classe mundial neste sector, o que "envolve um desafio imenso, dada a degradação física da paisagem".
"Implica criatividade e uma aposta na diferenciação, ou seja, a cidade deve apostar na sua própria identidade. As cidades mais criativas são aquelas que conseguem fazer a ligação entre a sua cultura e a sua economia, tanto a nível nacional como internacional", afirmou.
"Uma região forte e criativa com centro no Porto tornaria Portugal num país mais forte e criativo", defendeu.
Charles Landry, considerado o maior especialista internacional nos estudos da cultura e da criatividade como veículos para a revitalização das cidades, defendeu que "o fundamental é que as cidades descubram quais são os nichos de mercado com que se podem apresentar ao mundo como pólos de inovação e exclusividade".
"Descubram aquilo em que são únicos e apresentem-se ao mundo como um modelo", defendeu.
Acrescentou ainda que só as cidades que souberem valorizar a sua excelência vão progredir no futuro, atraindo os melhores profissionais porque "dentro de 15 anos, 80 por cento das pessoas vão ter a capacidade de escolher onde vão viver e vão preferir as cidades mais atractivas".
"O preço a pagar por não pensar as cidades de forma cultural, de não cuidar o seu `design` em todos os aspectos, de não as saber tornar mais atractivas, mais bonitas, vai ser muito elevado, umas vão empobrecer e morrer pouco a pouco, outras vão progredir e enriquecer de forma cada vez mais acelerada", avisou.
Para isso, defendeu, "há que estudar cada cidade objectivamente e, por um lado, identificar as suas virtualidades, apostar nelas e desenvolvê-las, por outro detectar as suas debilidades, combatê-las e ultrapassá-las", afirmou.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-07-23 16:50:02